A eletrônica no metaverso: promessas e desafios

O termo "metaverso" está se tornando cada vez mais conhecido, o que também acarreta dúvidas sobre suas possibilidades de uso, como ele funcionará na prática e, principalmente, como ele será acessível à população e de que maneira a tecnologia e a eletrônica farão parte da evolução da internet que já conhecemos.

Hoje, vamos conhecer um pouco mais sobre essa nova era do mundo digital e como suas inovações tecnológicas refletirão na sociedade.

Metaverso: a internet que ganhou vida

A definição de metaverso ainda parece um conceito abstrato para muitos, mas em sua teoria ela se refere a um mundo virtual imersivo que replica a realidade por meio da tecnologia. 

Em um mundo de comunidades virtuais interconectadas, o usuário seria representado por um "avatar digital", tornando-se possível ter uma vida digital que permitiria se encontrar com outros avatares, trabalhar, fazer compras e se divertir, por exemplo. Isso tudo através de óculos de realidade virtual ou aumentada, aplicativos de smartphone, vídeos imersivos e diversos outros dispositivos que transformam o virtual em experiências "reais".

Além do Facebook (agora Meta), a Epic Games (desenvolvedora do jogo Fortnite), o Roblox (plataforma que permite a criação de games e ambientes virtuais), Nvidia (produtora de placas de vídeo) e Microsoft são alguns nomes de empresas que apostam fortemente no metaverso.

Especialistas da área acreditam que uma nova economia completa irá surgir com a implementação dos metaversos, sendo possível realizar transações para além do entretenimento – como em terras, imóveis, serviços, obras de arte e qualquer outro objeto – alavancando o e-commerce para outro nível.

Um futuro promissor para o comércio eletrônico

O crescimento do e-commerce no metaverso é uma certeza. A experiência digital e tridimensional que ele pode proporcionar irá criar um relacionamento mais forte entre as empresas e o seu público consumidor. Consequentemente, isso deve gerar maior engajamento com a marca e com um faturamento maior do segmento.

A evolução da abordagem de "clicar e comprar" para "experimentar e comprar" promete oferecer vantagens valiosas para as marcas, permitindo que os clientes, através de seus avatares, entrem nas lojas, visualizem os produtos e façam compras normalmente, tudo no conforto de suas casas – tornando-se uma fusão imersiva entre o comércio físico e a facilidade das compras on-line.

Outra possibilidade é a fusão de experiências de produtos virtuais e físicos: imagine comprar um tênis em uma loja física para então desbloquear o seu uso no mundo virtual, ou vice-versa.

Os desafios no desenvolvimento do metaverso

O aproveitamento em larga escala do metaverso ainda não aconteceu, principalmente por conta de questões como a conectividade. É preciso ter um nível alto de conexão para que os gráficos e a quantidade simultânea de acessos à internet não sobrecarreguem a rede e comprometam a experiência nos ambientes digitais, seja por perda de resolução ou por lentidão. 

O problema de conectividade, entretanto, pode ser resolvido com a disseminação maior da tecnologia 5G, que promete deixar a velocidade de download até 20 vezes mais rápida, proporcionando uma internet mais veloz e sem travamentos.

Dispositivos como óculos e fones de ouvido que permitem a realidade virtual também não são tão acessíveis para a maior parte da população, o que inviabiliza a imersão profunda no metaverso, já que ele exige uma visão e audição potencializadas por esses dispositivos. 

Raja Koduri, vice-presidente dos setores de computação acelerada e gráficos da Intel, diz que o metaverso conectado só será possível com o aumento em mil vezes na capacidade computacional disponível nos datacenters e dispositivos domésticos atuais. A Intel ainda prevê que os próximos cinco anos na fabricação de semicondutores devem gerar apenas dez vezes o poderio computacional atual. 
Sendo assim, apesar de o metaverso prometer ser a nova e maior fonte de receita do varejo em poucos anos, ele ainda enfrentará diversos obstáculos pelo caminho. Ele funciona e está presente (pelo menos para quem pode pagar por ele), mas ainda está longe de ser acessível, e longe de ser implementado em larga escala – a menos que a tecnologia evolua a ponto de atender à infraestrutura de computação, armazenamento e rede atual.